A tatuagem, o tatuador e o caminho
A minha história
Desde sempre, o ato de criar fez parte de mim. O desenho, a música e a expressão artística foram os fios condutores da minha vida, mesmo antes de eu perceber o que queria fazer profissionalmente. Nunca estudei artes formalmente, mas fui um autodidata no desenho e na música, explorando diferentes formas de expressão ao longo dos anos.
A minha relação com a Matemática levou-me a seguir Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico. Apesar de gostar do raciocínio lógico e da precisão, percebi rapidamente que não me via nesse mundo. Sentia-me perdido, sem direção. Foi então que a tatuagem surgiu—primeiro como um pensamento espontâneo, depois como um caminho claro. Fiz um mini curso e, sem esperar, encontrei na pele o suporte perfeito para a minha arte.
Comecei a tatuar em 2017, sem um estilo definido. Mas, naturalmente, a minha inclinação levou-me para um traço leve, fino e minimalista. Quando comecei a partilhar esses trabalhos nas redes sociais, percebi que havia algo especial ali—verifiquei que era um estilo praticamente inexistente em Portugal, o que me levou a tatuar pessoas de norte a sul, incluindo muitas figuras públicas.
O sucesso foi imediato e, pouco a pouco, fui desenvolvendo a minha identidade, criando métodos próprios e aprimorando a minha técnica.
Hoje, cada tatuagem que faço é mais do que um desenho. É um processo único e personalizado, onde me entrego totalmente para criar algo especial para cada cliente. Se for preciso, desenho a Ponte 25 de Abril de 100 formas diferentes, porque acredito que cada pessoa merece uma peça exclusiva, feita para si. No meu estúdio, nada é pré-definido. Prefiro conhecer a pessoa, conversar e só então começar a desenhar—deixando que a energia do momento guie a criação.
Além da tatuagem, a música continua a ser uma grande paixão. Tenho uma banda de originais, @mesessobrio.
Os meus quadros a acrílico podem ser vistos no meu estúdio, onde cada peça reflete uma parte do meu percurso artístico.
O cinema e a fotografia também fazem parte da minha vida. Atualmente, organizo a sessão de cinema @sessãodas9 na associação cultural BUS, em Lisboa—um espaço onde posso explorar e partilhar a minha paixão pela sétima arte.
No fundo, todas estas formas de arte se cruzam dentro de mim. Acredito que a verdade é a base de qualquer criação e tento refletir isso em tudo o que faço. Para mim, tatuar não é apenas marcar a pele—é captar uma essência, transformar um momento em algo eterno.